
O que você vai escolher comer hoje? A decisão é individual, mas tem impacto na sua saúde, na da sua família, na saúde coletiva, na economia dos vizinhos, na justiça social e no cuidado ambiental. Libertar-se dos produtos industrializados e ultraprocessados que chegam de longe é dar preferência à saúde, ao fortalecimento da agricultura familiar, ao incentivo de hortas urbanas, de cidades mais dignas e à segurança alimentar. É subversivo. É também reduzir os impactos de um agronegócio de todas as dores:: explorador, manipulador, predador, envenenador, incendiador, desertificador dos territórios.
Na próxima semana, a plataforma global Food Tank vai promover um encontro online para debater como impulsionar a transformação dos sistemas alimentares como medida efetiva de adaptação à crise climática. O eixo central das conversas é o locavorismo, ou seja, consumir alimentos produzidos perto de onde vivemos como base de uma mudança profunda na sociedade. As transmissões já estão agendadas no YouTube (https://abre.ai/foodtank).
Movimentos como o Slow Food, criado por Carlo Petrini na Itália, e pensadores como Vandana Shiva, na Índia, reforçam que comer local é também um ato de justiça social, decolonização e defesa da biodiversidade.
No Brasil, a plataforma “100 políticas públicas para segurança alimentar”, do Instituto Escolhas, organiza de forma clara experiências de todo o país que inspiram mudanças reais na alimentação e na qualidade de vida das cidades. Um mapa navegável reúne iniciativas de apoio técnico e capacitação, comercialização e distribuição, fomento à produção, gestão participativa, gestão de resíduos e reconhecimento da atividade: https://abre.ai/alimentarescolhas.
Mais que uma moda, comer local é uma resposta à crise climática e social. É apostar em saúde, biodiversidade e segurança alimentar.
Esse debate é global. De La Vía Campesina, que trouxe o conceito de soberania alimentar, a iniciativas como o pacto de políticas alimentares de Milan Urban Food Policy Pact, o reconhecimento é crescente de que o futuro da alimentação é local, cuidando da saúde, preservando a biodiversidade e garantindo a soberania alimentar dos povos.
