Oxum e Iemanjá

empo de cura. Quando entramos num rio, numa cachoeira ou no mar, quando tomamos banho de chuva, estamos entrando em um ambiente cheio de relações e mistérios. Em diversas cosmologias e tradições, as águas têm guardiãs que nos recebem com doçura e força. Seja qual for a sua fé, a natureza nos lembra: a água é primordial à vida.

Nas tradições de matriz africana, Oxum, deusa dos rios, é o amor que corre em correnteza mansa, a fertilidade que pulsa nas margens, o abraço das águas doces que nos envolve. As plantas são um elo luminoso. Oxum é reresentada pelo amarelo da calêndula e do ipê em flor, a calma da camomila e o perfume do oriri (também chamado de manjericão-de-folha-larga).

Iemanjá, rainha do mar, é o colo imenso que embala, a mãe que acolhe, o horizonte feito de infinitos pontos. Suas plantas mediadoras de afetos são o jasmim e a alfazema, o manjericão e, claro, as rosas brancas.

Essas plantas são pontes vivas entre o humano, a terra e a água. Ao contemplá-las com respeito, ou ao oferecê-las nas águas, agradecemos e pedimos amor e paz. Porque na natureza tudo conversa: o rio fala com a árvore, o mar com o vento e a gente, mesmo sem pensar, também está conectado nessa rede. Assim seguimos lembrando que somos parte de tudo.

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