Proteger a foz do Amazonas

Dar voz aos povos da Amazônia não é opção. É dever. O post de hoje é ilustrado pela artista amapaense Natália Lobo e retrata Luene Karipuna, liderança do Oiapoque, duas indígenas do Amapá. Elas alertam para os impactos da exploração de petróleo na Margem Equatorial, na foz do Rio Amazonas.

“Nós indígenas somos 70% da população oiapoquense. (Com a pressão do petróleo), em Oiapoque, já foram criados sete novos bairros! Mas essas pessoas não terão acesso a todos esses empregos prometidos. Estamos falando de uma região altamente vulnerável ao garimpo ilegal. Quando não houver trabalho, essa população em situação de vulnerabilidade será empurrada para o garimpo. Nosso medo é que o nosso território se transforme em um novo território Yanomami.” — Luene Karipuna

O mapa mostra a localização dos blocos e a zona sensível entre manguezais e a foz do Amazonas.

Essa semana, a a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), a Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) , a Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), a Confrem (Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros e Marinhos), o Greenpeace Brasil, o Instituto Arayara, o Observatório do Clima e o WWF-Brasil ingressaram com ação na Justiça Federal do Pará contra Ibama, Petrobras e União. Pedem a anulação do licenciamento do bloco FZA-M-59 e uma liminar para suspender imediatamente a perfuração na bacia sedimentar da Foz do Amazonas, apontando vícios no processo. O Ibama deu a licença no dia 20/10 e a Petrobras iniciou a perfuração logo em seguida, mesmo com pareceres técnicos contrários e recomendações do MPF.

Que essas vozes sejam ouvidas. São elas que estão no território. Sem consulta livre, prévia e informada não há justiça climática.

Ilustração: Natália Lobo
Mapa: Amanda Almeida

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