A agroecologia é uma resposta real à crise climática (não uma promessa de mercado). Enquanto grandes corporações tentam pintar de verde um modelo que destrói a terra, ela mostra, na prática, que é possível produzir alimento de verdade cuidando da água, do solo e da vida. Une saberes tradicionais e ciência moderna, valoriza comunidades rurais e indígenas e fortalece a soberania alimentar. Na COP30, é urgente que o mundo olhe para essas experiências que já florescem em tantos territórios, mostrando que a saída da crise passa pelo cultivo da vida (não pela expansão das monoculturas).
Mais que um modo de plantar, trata-se de uma ciência, uma prática e um movimento global que busca transformar o sistema industrial de ultraprocessados (com produtos que adoecem pessoas e ecossistemas) em redes alimentares justas, saudáveis e sustentáveis. Valoriza alimentos de verdade, promove saúde e rompe com corporações que envenenam e criam dependência química e econômica.
Baseada em métodos que imitam os ecossistemas naturais, essa forma de produzir resgata técnicas da agricultura tradicional e reintegra flora e fauna à sustentabilidade local. No Brasil, a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) reconhece nela uma estratégia de desenvolvimento rural que alia produção ecológica e impacto social positivo. Não é apenas plantar sem veneno: é pensar nas pessoas, nas comunidades e no uso responsável dos recursos naturais.
Redesenhar nossos sistemas alimentares significa reduzir o uso de insumos externos (como agrotóxicos, fertilizantes sintéticos e sementes patenteadas) e resgatar a diversidade nativa. É abandonar a monocultura imposta como “moderna” durante a Guerra Fria e retomar práticas que respeitam a terra e a cultura. Localmente, valoriza o saber dos povos, preserva tradições e estimula a produção para o autoconsumo e a venda direta, fortalecendo economias solidárias e cadeias alimentares mais justas. Ela devolve a palavra cultura à agricultura, reconectando a alimentação à vida em todas as suas dimensões.
