Como vai o esgoto na sua cidade?

O Brasil continua perdendo e sujando a água que tem. A crise hídrica não acontece sozinha. Ela piora todos os dias por causa do saneamento que não funciona. Hoje, quase 100 milhões de pessoas no país não têm coleta de esgoto, e mais de 35 milhões ainda não recebem água potável na torneira. O “Novo” Marco Legal do Saneamento, aprovado há cinco anos, prometia levar água e esgoto para todos até 2033. Mas os dados mostram que isso não está acontecendo. O alerta é sério. Falta cuidado real. Falamos hoje de uma injustiça estrutural que transforma a seca em tragédia sanitária e intensifica a vulnerabilidade climática em todo o país.

A falta de saneamento funciona como um multiplicador de desastres. Quando o esgoto não é coletado nem tratado, ele invade rios, igarapés e mananciais, contaminando justamente o pouco de água que permanece nas estiagens. Forma-se um ciclo perverso: a seca reduz a água limpa disponível, e o saneamento precário transforma essa escassez em doença, contaminação e colapso social. A crise hídrica, portanto, não é simplesmente escassez de chuva. É escassez de política pública.

Nas áreas mais vulneráveis, o descaso se torna insuportável. Nas regiões rurais, 94% dos domicílios não têm coleta de esgoto por rede geral, vivendo sob soluções improvisadas e inseguras. Nas áreas urbanas do Norte e do Nordeste, a desigualdade é gritante: só no Norte, cerca de 60% dos domicílios urbanos continuam sem coleta de esgoto. Cidades inteiras ficam expostas ao risco constante de colapso hídrico e surtos de doenças evitáveis.

Identificar quais cidades e quais bairros estão em maior risco é urgente para orientar investimentos. Sem saneamento, não existe saúde, não existe segurança hídrica, não existe vida digna. E isso começa por conhecer a realidade.

Acesse a Plataforma Municípios e Saneamento, do Instituto Água e Saneamento, e veja os dados do seu município:
https://www.aguaesaneamento.org.br/municipios-e-saneamento/

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