“OS INVASORES”, análise feita por equipe de pesquisadores do observatório De Olho nos Ruralistas durante seis meses, escrutina três bases de dados de imóveis certificados pelo INCRA e revela 1692 sobreposições de fazendas em Terras Indígenas (TIs). Destas, 452 ocorrem sobre TIs homologadas e regularizadas, o que é crime federal, com base no artigo 246 da Lei de Registros Públicos e no Estatuto do Índio.
Os setores do agro ligados à produção de carne e monoculturas de grãos para exportação são os principais responsáveis pelas sobreposições. De 1,18 milhão de hectares dentro de 213 TIs, 123.098,91 hectares — uma área equivalente à da capital Rio de Janeiro— é ocupada por pasto e 76.498,55 hectares são cobertos por soja. Tudo produção ilegal. Entre as multinacionais do agro envolvidas nessa prática criminosa, o relatório aponta as grandes poluidoras Bunge, Cargill e Amaggi.
O núcleo de pesquisas do observatório identificou a origem do capital de 130 indivíduos e empresas com sobreposição em TIs. O relatório traz uma listagem completa. Dentre os pecuaristas, estão grandes fornecedores da JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. Entre “celebridades” do mercado financeiro, o relatório traz os irmãos Cerize, também donos de portal O Antagonista. Entre empresários do ramo de segurança, o ex-presidente da CBC-Tauros.
Saiba mais:
PDF novo relatório: “Os Invasores- – Quem são os empresários brasileiros e estrangeiros com mais sobreposições em Terras Indígenas” https://bit.ly/osinvasores