A BBC pediu informações do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo sobre a concessão de outorgas para a perfuração de poços que exploram água do Aquífero Guarani. Só no ano passado, 564 novos poços foram liberados e o estado já tem mais de 3200 poços operando. Ribeirão Preto é a cidade que mais tem outorgas, com 118 poços tubulares que extraem água a 200m de profundidade, e isso gera preocupação. Não é a prefeitura que está bombeando água subterrânea para abastecer a população, mas indústrias, fazendas e condomínios de luxo.
Em 2019, outra pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a USP apontou que o país tinha mais de 2,5 milhões de poços, a maioria (88%) clandestinos e com riscos de contaminação com agroquímicos e problemas sanitários e ambientais. Quem impede a poluição do lençol freático e aquíferos, nossa “super caixa d’água”?
Ricardo Hirata, diretor do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas da Universidade de São Paulo (Cepas-USP), alerta também que a exploração dessa água deve ser feita com cautela, uma vez que a reposição de aquíferos é muito lenta.
Saiba mais:
Uso descontrolado ameaça aquífero Guarani – Outras Palavras/BBC: https://bit.ly/37DxWyW
A Revolução das águas subterrâneas no Brasil: Importância do recurso e os riscos pela falta de saneamento básico – Instituto Trata e USP: https://bit.ly/2X63Bzp
A obra que reúne leis sobre águas subterrâneas no Brasil – Nexo Jornal: https://bit.ly/2Mw8efG
Coletânea de legislação das águas subterrâneas do Brasil, organizado pelo Instituto Água Sustentável: http://download.aguasustentavel.org.br/coletanea