MUDANÇA SISTÊMICA – A evidência esmagadora dos impactos das mudanças climáticas estabelece claramente as causas estruturais da crise climática. O capitalismo, como sistema global e institucionalizado de organização econômica que busca o crescimento econômico e a concentração da riqueza como único objetivo, está destruindo a vida no planeta.
Se quisermos abordar as causas estruturais das mudanças climáticas, devemos buscar mudanças sistêmicas. Embora não tenhamos clareza em detalhes sobre o que isso significa, sabemos que devemos passar por uma transição que reestruture as formas de organização socioeconômica e restaure a harmonia com a natureza, ao mesmo tempo em que provoque justiça social e equidade.
Essa mudança sistêmica deve eliminar o capitalismo e suas relações de poder, assim como o extrativismo predatório, o patriarcado, o racismo, o colonialismo, o especismo e o classismo. Deve ser uma mudança que coloque o comum, o coletivo, a comunidade, o cuidado e as redes de vida no centro da organização econômica e social, onde se distribui a riqueza, consome-se o necessário e se proporciona uma vida digna, em especial, às populações historicamente excluídas, deslocadas e impactadas pelo sistema de acumulação de riqueza. Um sistema que respeite os direitos humanos das comunidades indígenas e ancestrais, mulheres, camponeses, trabalhadores e os direitos da natureza