Bancos e petrolíferas estão financiando empresas de má índole que fazem contratos abusivos com comunidades tradicionais. É isto que revela reportagem do jornal Sumaúma sobre os Caubóis do carbono, uma corja que está na Amazônia para grilar terras protegidas de uso coletivo por comunidades tradicionais na floresta.
O escritório de advocacia ambiental Hernandez Lerner & Miranda, de Brasília, revelou contratos em que esse bando se coloca como “donos de terras que aparecem em unidades de conservação”. Dos 16 acordos dessas novas empresas brasileiras que “vendem créditos de carbono”, 11 estão dentro de terras indígenas e 6 já foram cancelados. Evidências mostram que essa cambada está promovendo uma grilagem de territórios indígenas da Amazônia, pintando o crime de verde para parecerem bonzinhos.
A Coordenação-Geral de Gestão Ambiental da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) aponta também outras falhas dos projetos que geram dados falsos, como por exemplo calcular os tais créditos com parâmetros internacionais, sem estudar dados específicos do sequestro de carbono da Amazônia. Explica ainda que tentam colocar a população contra a Funai, dizendo que a fundação estaria atrapalhando a grilagem verde de territórios da união.
Como resume a fala da liderança indígena Alessandra Korap Munduruku, que já vem denunciando o assédio dos caubóis do carbono há tempo: “Nenhum banco quer financiar ou falar qualquer coisa contra o marco temporal, mas estão financiando o agronegócio e as empresas grandes que estão nos matando. Agora, para piorar, chegou o crédito de carbono”.
Saiba mais:
‘Caubóis do carbono’ loteiam a Amazônia – Sumaúma: https://bit.ly/48OCJJ1
O rentismo verde avança e os povos resistem – Outras Palavras: https://bit.ly/3DZIm8Y