Ultrapassamos 400 mil mortes oficiais por Covid-19 no país, embora saibamos todos da subnotificação que esconde uma tragédia ainda pior. No ano passado, oficialmente morreram 200 mil pessoas; este ano, em 4 meses, morreram outras 200 mil. No momento mais crítico de abril, tivemos um pico de mais de 4000 mortes em um dia. Comparar os dados brasileiros com os dos outros país nos permite perceber o tamanho do nosso problema:
- somos o 2º país em número de mortes no mundo, com 12,6% de todas as mortes apesar de representarmos 2,7% da população mundial;
- nas Américas, somos o país com mais vítimas de Covid19 por milhão de habitantes;
- somos o 3º país em número de casos confirmados no mundo, com 14,5 milhões de pessoas já infectadas; 10% dos casos de covid19 do planeta;
- a média mundial de novos casos para cada milhão de habitantes é de 105, no Brasil é de 267;
- somos o 57º país em doses aplicadas a cada 100 habitantes, tendo aplicado 3,8% das doses de vacina contra Covid19 do mundo.
Ainda assim, o negacionismo segue como marca do atual governo. Seus seguidores, alimentados por notícias falsas em redes sociais, engrossam o coro sem conseguir enxergar a realidade. A CPI da Covid precisa caminhar lado a lado com a CPI das fake news, iniciada em fevereiro do ano passado e até agora sem medidas eficientes para conter a multiplicação de notícias falsas sobre cloroquina, contra distanciamento social e contra tudo que esse esgoto é capaz de produzir.