Até 25% da nossa vegetação nativa pode estar degradada

Degradação é diferente de desmatamento. Enquanto desmatamento é a retirada completa da cobertura florestal (terra arrasada), uma terra degradada é uma terra que apresenta capacidade comprometida para fornecer serviços ecossistêmicos de suporte (formação de solo e ciclagem de nutrientes), de provisão (alimentos e medicamentos), de regulação (clima, purificação de água, mitigação de enchentes etc.) e de cultura (ecoturismo etc.).

A rede MapBiomas analisou dados entre 1986 e 2021 para avaliar quanto da vegetação nativa (em áreas ainda não antropizadas com lavouras e pastagens) está suscetível ao processo de degradação no Brasil. O resultado é alarmante: até 25% da mata nativa restante, ou seja, uma área de 135 milhões de hectares, pode já estar degradada.

Proporcionalmente, a Mata Atlântica é a mais atingida, com degradação de até 73% da área de vegetação nativa remanescente (24 milhões de hectares). Em números absolutos, o Cerrado é o campeão em degradação, com até 45,3% da vegetação nativa remanescente (43 milhões de hectares). A Amazônia tem a segunda maior área degradada do Brasil, com quase 10% (34 milhões de hectares) de áreas já comprometidas.

Na Caatinga, a degradação já pode ter alcançado mais da metade do bioma: 54% do território, com 26,7 milhões de hectares degradados. Isto pode desencadear um processo de desertificação fora de controle. No Pantanal, a degradação pode ter atingido até 19% (2,1 milhões de hectares), e no Pampa, até 55% (4,8 milhões de hectares).

Saiba mais:
Mapbiomas lança plataforma inédita que, pela primeira vez, avalia a degradação em todos os biomas brasileiros – MapBiomas: https://bit.ly/3Y3uIx3

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