É inaceitável que 1% dos brasileiros controle quase metade das terras do país (46%), com 8% desses acumuladores responsáveis por mais de 80% das commodities de exportação, como soja, minério de ferro, petróleo e gado. Esse modelo concentra riqueza, subordina o Brasil ao capital financeiro e alimenta uma exploração ambiental predatória.
Essa realidade vem desde a invasão europeia e a Lei de Terras de 1850, que priorizou monoculturas exportadoras. Com o avanço industrial nos anos 1930, a agricultura modernizou-se, mas tornou-se refém de corporações transnacionais. Hoje, muitos latifúndios são improdutivos, servindo apenas à especulação, enquanto o país enfrenta desigualdade extrema e passivos ambientais.
A reforma agrária é a chave para romper esse ciclo, democratizando o acesso à terra e permitindo uso sustentável. Por meio de desapropriação (compra de terras pelo Estado), expropriação (confisco sem indenização, em casos de irregularidades) ou redistribuição de terras públicas invadidas, o governo pode garantir terra para quem realmente precisa cultivar ou morar.
Enquanto muitos países já implementaram reformas agrárias, o Brasil segue atrasado. É um passo essencial para combater a desigualdade histórica e enfrentar crises climáticas. A monocultura predatória destrói solos, polui rios e desmata florestas, ignorando até o Código Florestal. Precisamos de uma agricultura regenerativa que respeite o meio ambiente e recupere áreas degradadas.
A reforma agrária não é apenas uma questão de justiça social. É a chave para um futuro sustentável, onde a terra seja um bem para todos, e não para poucos.
Saiba mais:
Questão Agrária no Brasil – https://abre.ai/lFnM
Dicionário da Educação do Campo, FioCruz, 2012 – https://abre.ai/lFnN