Entende-se por um país desenvolvido aquele que garante aos cidadãos uma alta expectativa de vida, saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, moradia digna, educação, comunicação e transporte, meio ambiente e igualdade na distribuição de renda.
Historicamente, o Brasil tem sido um país de exploração do setor primário, muito mais preocupado em ter uma economia forte que em resolver problemas estruturais.
No mais recente Índice de Desenvolvimento Humano (2021/2022), relatório divulgado no fim do governo Bolsonaro, o IDH do Brasil tinha vergonhosamente caído em três posições. Passou a ocupar a 87ª posição no ranking entre 191 países. Na América Latina, o Brasil ficou atrás de 15 países: Chile, Argentina, Costa Rica, Uruguai, Panamá, República Dominicana, Cuba, Peru, México, Bahamas, Trinidad e Tobago, Granada, Barbados, Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Névis.
É por essa razão que o PIB não é uma medida para desenvolvimento, uma vez que exportar mais commodities não tem garantido ao Brasil, que hoje está entre as dez maiores economias do mundo, relevante desenvolvimento humano tampouco sustentabilidade.
Então quando alguém argumenta que é preciso fazer uma megaobra de alto impacto socioambiental como a Ferrogrão destruindo a Amazônia para promover desenvolvimento, essa pessoa está usando um argumento mentiroso. Diga a ela: isso é uma falácia, um raciocínio errado com aparência de verdadeiro usado para enganar. O que adianta ter o nono maior PIB do mundo quando ainda metade da população não tem acesso a redes de esgoto? Exportar mais grãos, minérios ou madeira, nem hoje, nem no passado, significou melhoria nas condições de vida da população. Significou sim um aumento relativo da movimentação de dinheiro no país, com enriquecimento de poucos e concentração de poder. Um sistema oligárquico e atrasado. Esse poder é usado para corromper o estado para garantir a manutenção de seus próprios interesses em detrimento do desenvolvimento real da nação.
Para termos ideia, a desigualdade na distribuição de renda nos coloca lado a lado com os países mais pobres do mundo. No Brasil existem 13 milhões de pessoas na extrema pobreza (sobrevivendo com R$ 200/mês) e 67 milhões na pobreza (sobrevivendo com até R$ 650/mês). Investir em desenvolvimento é investir nos direitos básicos para todos os cidadãos.
Na região Norte, que guarda a Amazônia, investir em desenvolvimento é garantir que cada família tenha acesso a saneamento básico, saúde, escola e universidade, moradia digna e tenha seus direitos fundamentais respeitados.
Saiba mais:
No fim do governo Bolsonaro, Brasil cai três posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU: https://bit.ly/4c5gJLs
Forum Economico Mundial: Países em desenvolvimento precisam escapar da dependência de commodities: https://bit.ly/3V8Ksx7
Um mundo sem PIB – Qual é a nova bússola? – ECOA/UOL: https://bit.ly/3IuwJsQ
Pobreza no Brasil – IBGE: https://bit.ly/3v4Talt