O solo protege o clima armazenando carbono

Todos nós aprendemos na escola que as plantas fazem fotossíntese e nesse processo absorvem dióxido de carbono (CO₂) do ar, certo? Esse processo de transformar a luz do sol em energia nas plantas é muito mais profundo e complexo do que essa primeira definição. Agora, sem a pressão das provas escolares ou vestibulares, vamos aprofundar nosso conhecimento sobre a fotossíntese e o ciclo do carbono. O que acontece com as plantas é incrível e amplia nossa visão da vida e da natureza. 

Para começar: onde vai parar todo esse CO₂ absorvido do ar pelas plantas? Ora, esse CO₂ assimilado forma os tecidos vegetais que depois se tornam matéria orgânica. Além da matéria orgânica das plantas, esses solos possuem uma grande diversidade de micro-organismos (como bactérias e fungos) e pequenos animais, que são essenciais para decompor essa matéria e estabilizar o carbono na forma de húmus. E tem mais: esses seres vivos do solo também contêm carbono, pois seus próprios corpos são compostos dele! 

Por isso, solos úmidos e vegetados, como florestas e mangues, acumulam muito mais carbono orgânico. O estudo alemão Bodenatlas (“boden” significa solo), realizado em 2015 pela Fundação Heinrich Böll, revelou que as zonas úmidas são os solos que mais armazenam carbono, com até 1060 toneladas por hectare, enquanto as florestas acumulam cerca de 112 toneladas por hectare. Já os desertos e terras aráveis armazenam menos da metade do carbono das florestas e dez vezes menos que as áreas úmidas!

Solos degradados e “mortos” precisam urgente ser recuperados, pois perderam a maior parte de sua matéria orgânica e micro-organismos devido a práticas intensivas de agricultura, desmatamento ou erosão. Com baixa fertilidade e estrutura prejudicada, esses solos são menos eficientes na retenção de carbono e acabam contribuindo para o aumento de CO₂ na atmosfera.

Saiba mais:

O Solo – A Base da Vida: Dra. Ana Primavesi (PDF): http://goo.gl/vL7sES

O solo é protetor do clima – Deutsche Welle Brasil: https://p.dw.com/p/3jpGP

A rede de microvida no solo – Elaine Ingham (Soil FoodWeb Inc)

Ribeiro, Juliana Martins. Tese de doutorado na UFMG: Dinâmica do carbono orgânico em cronossequências de uso do solo no Cerrado mineiro: mudanças nos estoques e simulação com o modelo Century (2020): https://abre.ai/lo5G

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *