A natureza oferece mais de 7 mil plantas comestíveis em todo planeta. A agricultura familiar e comunidades tradicionais guardam o segredo e o cultivo de uma alimentação diversa e adaptável. Como diz Katiúscia Ribeiro ecoada por Aylton Krenak, “o futuro é ancestral”. Agora a ciência se dobra para conhecer o que populações tradicionais na África, na Ásia e nas Américas comem.
Nas Filipinas, o consumo de pândano pela população gerou curiosidade. Além de nutritiva e deliciosa, a espécie é capaz de tolerar condições climáticas extremas. Em países da África subsaariana, grãos de morama são cozidos para fazer mingau ou bebidas. No leste da África, o fonio é outro cereal nutritivo usado para fazer cuscuz e cremes. As duas plantas toleram climas extremos.
Aqui no Brasil, que busquemos aprender mais sobre alimentos da agricultura familiar e dos povos tradicionais. No livro “Plantas Alimentícias Não Convencionais no Brasil”, os pesquisadores Valdeky Kinupp e Harri Lorenzi já listaram 351 espécies que podemos consumir, mas dificilmente encontramos nos supermercados. O livro é um bom guia para essa jornada, trazendo nomes e fotos das plantas, assim como receitas.
Pesquisas globais sérias desenvolvem estudos sobre adaptação às mudanças climáticas, enquanto as indústrias alimentícia e farmacêutica tentam continuar forçando o velho negócio mais um pouquinho empurrando milho e soja fantasiados de tudo. A saúde global e a crise climática deixaram evidente a insustentabilidade ambiental e financeira do modelo sujo de produção de grãos baseado em monoculturas viciadas em agroquímicos. É tempo de trocar commodities do seu prato por alimentos nativos, adaptados ao clima, locais e frescos.
Saiba mais:
Comida do futuro: as plantas pouco conhecidas que podem nos alimentar em 2050 – BBC News: https://bbc.in/39LD2KB
PANCS na Embrapa: https://bit.ly/3GvEMEh