Tales de Mileto

Na Grécia Antiga, cerca de 2650 anos atrás, os jônios habitavam a região de Mileto na foz do Rio Menderes. Tales vivia de pensar, era um naturalista racionalista, mesmo respeitando à cosmogonia mítica de seu tempo. Considerado o primeiro filósofo e cientista do mundo ocidental, Tales olhava a natureza a sua volta e se perguntava a respeito da origem do cosmo e de seu devir.

Com uma sutileza matemática, contemplava a água em movimento e em diferentes estados, brotando da terra, caindo do céu, jorrando, respingando, transbordando, invadindo, preenchendo, correndo, escorrendo, brilhando, refletindo, contornando, esculpindo, regando, hidratando, transpirando dos corpos vivos.

Resolveu caminhar pela margem do Menderes até a boca do Mar Egeu, nessa busca da constante da vida sob o fluxo de tantos e tantos fenômenos naturais. Ouvia e via a água como uma substância ativa, com dinamismo próprio, presente em tudo. A água em movimento estava em todas as coisas vivas. A água e o movimento! Pressentiu que só a água poderia ser o princípio interno da vida, a substância originária de todas as outras formas mais complexas. Há boatos que lacrimejou quando achou essa resposta, mas engoliu o choro do contentamento. Regozijou-se. Não é sempre que se tem uma experiência cósmica. Teria urinado também, logo depois.

Somente no século passado, em 1924, o cientista Alexander Oparin conseguiu provar que Tales estava certo. Oparin provou com um experimento que a água é sim o elemento primordial, dando origem à sopa prebiótica de onde surgiram todos os seres vivos na Terra. Mas isso é história para outro dia.

Saiba mais:
Tales de Mileto – quem foi – Brasil Escola: https://bit.ly/3EkoJs1

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