Em plena pandemia, tivemos o pior desmatamento no Brasil dos últimos quinze anos: 13.235 km2 de área desmatada entre agosto do ano passado e julho deste ano, um salto de 22% em relação ao período anterior (ago/19-jul/20). Estavam todos em casa, menos os criminosos. O estado do Pará liderou o estrago mais uma vez, perdendo mais 5200km2 de floresta amazônica com o avanço do agronegócio.
O governo esperou passar a COP26 e tentou não fazer alarde ontem, publicando os números em site sem fazer nenhuma outra ação de comunicação. Segundo servidores, o governo sabia dos dados desde outubro, mas tentou escondê-los para não passar mais um vexame durante o encontro mundial sobre o clima. Mais que tentar esconder os dados, o governo mentiu sobre a situação.
Desde maio do ano passado, depois de desestruturar completamente as ações de fiscalização do IBAMA, depois de ter exonerado funcionários de carreira e ter criado o Conselho Nacional da Amazônia Legal e uma Força Nacional Ambiental, Bolsonaro publicou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) passando a responsabilidade de controlar o desmatamento para as Forças Armadas. O vice-presidente Hamilton Mourão é o coordenador do tal Conselho. Mesmo no cargo de coordenador e de vice-presidente, Mourão disse hoje à imprensa que só soube dos dados anuais do desmatamento ontem. Como?
É um absurdo tamanho retrocesso em tão pouco tempo. É um absurdo Mourão dizer que não sabia dos dados. Este governo é um total absurdo, mas desde antes das eleições deixava suas intenções claras. Não foi falta de aviso. Quem votou em Bolsonaro, votou na destruição.
Saiba mais:
Salto de 22% do desmatamento anual na Amazônia – Folha: https://bit.ly/3qQq70x
Mourão diz que não sabia dos dados do desmatamento – Folha: https://bit.ly/3HzxaAJ