Qual a diferença entre igarapé e igapó?

Na Amazônia, os igarapés (do tupi, “caminho de canoa”) são riachos estreitos que serpenteiam as matas, levando a água mais pura das nascentes para alimentar lagos e rios. São como artérias da floresta, pulsando vida! Esses riozinhos transparentes funcionam como berçários para diversas espécies de plantas aquáticas, peixes e anfíbios que buscam locais de reprodução com estabilidade ambiental, abundância de alimentos e protegida contra predadores.

Os igarapés têm água o ano todo e formam as microbacias hidrográficas – redes naturais formadas por diversos igarapés – dentro da floresta. Funcionam como “corredores aquáticos ecológicos”, facilitando a comunicação entre espécies de animais e plantas. Ou seja, a saúde dos igarapés é parte fundamental da saúde e da diversidade da floresta. Eles garantem o fluxo genético entre as populações. Também desempenham papel fundamental na manutenção da qualidade de água e na regulação do clima local.

Porém, quando os igarapés são degradados, seja pelo desmatamento em propriedade privada, pela abertura de novos acessos (estradas e ramais) na mata, pelo lançamento de esgoto, pelo pisoteio de gado, pelo desvio da água para irrigação de monoculturas como a de soja, ou até por obras públicas sem o devido planejamento ou fiscalização, todo o ecossistema da bacia sofre as consequências. A água pode ficar poluída, o igarapé pode secar, e toda área atingida perde sua capacidade de se regenerar.

As florestas de igapós (do tupi, “rio de raízes”) são áreas baixas, planícies florestais, cobertas por plantas específicas que se adaptam as inundações. Durante a cheia, essas áreas de transformam em verdadeiros jardins flutuantes, com diversas espécies de flores e frutos. Muitas dessas plantas dependem das cheias para se reproduzir. A vitória-régia, por exemplo, abre suas grandes flores brancas à noite, atraindo besouros que a polinizam. 

É fundamental proteger os igarapés para garantir a saúde da Amazônia e o bem-estar das comunidades que vivem na região.

Saiba mais:
Igapó: http://bit.ly/31vHsvx
Igarapé: http://bit.ly/2Kq9FOZ
Por que precisamos salvar os pequenos rios” – Nexo Jornal: https://goo.gl/Zbdw75

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