Há quem passe por um bosque e só veja lenha

Atribuída ao escritor russo Leon Tolstói, a frase “Há quem passe por um bosque e só veja lenha para a fogueira” reflete seus pensamentos filosóficos sobre a relação destrutiva da humanidade com a natureza, especialmente com o avanço do capitalismo. Durante a primeira Revolução Industrial, na Europa, muitos industriais viam as florestas apenas como recursos a serem explorados, sem a capacidade de contemplar a imensa biodiversidade. Tolstói, no entanto, percebia os diversos tons de verde e a vida pulsante, reconhecendo as intrincadas e delicadas relações entre os seres vivos.

Já no século XIX, ele se mostrava inconformado com o uso da violência e a exploração da natureza unicamente para satisfazer os desejos humanos. Para Tolstói, toda a natureza deveria ser respeitada e preservada.

Nascido em 1828, Tolstói enfrentou, aos 45 anos, uma crise pessoal que resultou em um despertar espiritual. Dez anos depois, ele escreveu reflexões em suas obras de não ficção, onde expressava claramente suas ideias pacifistas e anarquistas.

Tolstói permanece incrivelmente atual. Mesmo diante de um colapso climático iminente, ainda há resistência de setores importantes da economia — como o petróleo, a agropecuária, a indústria farmacêutica e a tecnologia — em adotar as mudanças urgentes necessárias para criar um planeta mais sustentável e solidário.

Literatura:
Guerra e Paz (1865)
Anna Karenina (1877), tradução de SaramagoTextos filosóficos de Tolstói:
Uma Confissão (1882)
O Reino de Deus está em Vós (1894)

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