Avanço do agronegócio na Amazônia Legal

A série histórica do MapBiomas revela o avanço alarmante do agronegócio sobre a Amazônia Legal de 1985 a 2023. O MapBiomas é uma plataforma que monitora o uso da terra e a cobertura vegetal no Brasil, ajudando a entender o impacto humano sobre nossos biomas. Em 1985, a floresta amazônica ocupava cerca de 380 milhões de hectares. Em 2023, essa área caiu para aproximadamente 327 milhões. Ou seja, perdemos uma porção significativa de floresta, com graves consequências para o clima, uma vez que ela é crucial para manter a umidade e o equilíbrio climático globais.

Enquanto a floresta diminui, o agronegócio cresce numa velocidade impressionante. Em 1985, as áreas de pastagem ocupavam cerca de 12,7 milhões de hectares na Amazônia; em 2023, já são mais de 59 milhões de hectares – um aumento de quase cinco vezes! A soja, que praticamente não existia na região em 1985, hoje ocupa quase 6 milhões de hectares. Até a cana-de-açúcar, antes irrelevante por lá, agora se espalha em 90 mil hectares. Esse avanço é uma ameaça direta à floresta amazônica e seus povos.

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) alerta que essa expansão agropecuária ocorre principalmente em áreas públicas e florestas não destinadas, com o apoio ou a conivência de instituições que deveriam proteger essas terras. As florestas são desmatadas, incendiadas e, depois, ocupadas ilegalmente, muitas vezes sendo registradas por grileiros e grandes proprietários rurais. Estudos apontam que a violência também cresce nessas regiões, especialmente nas fronteiras do Acre, Rondônia e Mato Grosso, onde a chamada “fronteira agrícola” avança incendiando a floresta.

Saiba mais:
MapBiomas Project: https://mapbiomas.org/
DALL’OGLIO, O. et al. A grilagem de terras públicas na Amazônia brasileira. Belém: Ipam; Brasília: MMA, 2006. https://abre.ai/lqEy

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *