Monocultura de árvores

As florestas são feitas de um mosaico de habitats e nichos ecológicos para abrigar milhares de espécies de micro-organismos, fungos, plantas, insetos, anfíbios, aves, mamíferos, répteis e outros organismos vivos. Floresta é diversidade de espécies, é equilíbrio de contrastes, é interdependência biológica, é constante interação com o mistério do planeta. Floresta é solo, é água, é ar, é ciclo de elementos, é circularidade. A floresta guarda o clima, a água, a vida e segredos que nossos olhos ainda não sabem ver no mais extraordinário livro de receitas, museu de tantas partituras. Floresta é música e mágica.

Uma monocultura de árvores acaba com tudo isso e também destrói as comunidades que estavam no território. Uma monocultura de árvores não pode ser chamada de floresta simplesmente porque não é floresta, nem uma, nem meia, nem perto.

Toda humanidade perde, até os perturbados que acham que ganham. Perdemos a estrutura ecológica, os serviços ecossistêmicos, perdemos água, perdemos alimento, perdemos saúde, perdemos vida. Se alguma coisa aumenta de verdade é o risco de doenças, de pragas e de novos vírus.

Toda monocultura impacta negativamente comunidades vizinhas que estavam lá, pisando suavemente na Terra, sem engolir veneno. Uma monocultura de árvores é um abatedouro, num esquema perverso pensado por mentes empobrecidas pelo dinheiro e cegas pelo próprio umbigo.

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