Uma pesquisa europeia colaborativa, publicada este mês no importante periódico científico PNAS, divulgou a análise de dados coletados em 28 países durante 37 anos (1980-2016) e confirma: pesticidas e fertilizantes estão reduzindo drasticamente as espécies de aves. Em terras agrícolas com uso intensivo de agrotóxicos, o declínio de espécies chegou a 50%.
Que o Grande Agronegócio é dependente de agrotóxicos não é novidade. Com foco exclusivo em gananciosas metas de produção (outra doença do setor), eles nunca se importaram com os males que provocam. Já está mais do que na hora do setor ser responsabilizado por todo o enorme custo e impacto de:
- provocar poluição da água e do ar no planeta;
- gerar doenças em trabalhadores e habitantes no entorno de lavouras;
- empobrecer a biodiversidade para produzir artificialmente uma natureza falsa, homogeneizada e insustentável;
- gerar inúmeras disfunções socioambientais;
- causar o desaparecimento e extinção de muitas espécies.
Em entrevista ao jornal britânico The Independent, a chefe de política de uso sustentável da Royal Society for the Protection of Birds lembrou ainda que o sistema agrícola atual gera insegurança alimentar:
“Sabemos que a perda da natureza, juntamente com a mudança climática, representa o maior risco de médio a longo prazo para a segurança alimentar doméstica. Sem os agricultores, não temos esperança de enfrentar a emergência climática, mas eles precisam de políticas e apoio adequados para produzir alimentos saudáveis, ajudando a reverter o declínio da vida selvagem e restaurando o meio ambiente”.
Leia a pesquisa:
Rigal S; Dakos V et al. “Farmland practices are driving bird population decline across Europe” – PNAS / Ecology: https://doi.org/10.1073/pnas.2216573120 Pesticides and fertilisers driving down bird species, study finds – Independent: bit.ly/3oNKVH8
