A conta do agronegócio não fecha. O setor não consegue ficar em pé sem ajuda do governo e é altamente dependente de fatores externos. Mesmo assim, em campanhas publicitárias, o agro tenta passar uma imagem de motor do país e tenta empurrar a falaciosa fama de alimentar o mundo. Como assim alimentar o mundo? Hoje, metade do país convive com algum grau de insegurança alimentar e 20 milhões de brasileiros passam fome.
A soja é o principal produto primário de exportação brasileiro, marcando forte dependência da exportação de um único produto. Um erro. Outro erro: são as multinacionais americanas Bunge e Cargill suas grandes comercializadoras e o lucro não fica no país, fica com elas.
Sim, é o agro que recebe mais subsídios de bancos públicos e incentivos fiscais, mas o Brasil não ganha nada com isso. Fica claro que o princípio republicano de Interesse da Maioria tem sido historicamente atropelado para beneficiar interesses do setor.
Na produção de grãos com sementes importadas e modelo de monocultura industrial, cerca de 85% dos fertilizantes químicos usados pelo agro são importados da China, mais de seis milhões de toneladas/ano. Faz tempo que especialistas dizem para o setor que é urgente diminuir a dependência de insumos. Mais um tiro no pé e o problema é todo do modelo do agronegócio brasileiro.
A análise “O agro não é tech, o agro não é pop e muito menos tudo”, publicado pela ABRA/Friedrich Ebert Stiftung, conclui que o agro é um mau negócio. Fala da dívida não paga, da lei Kandir, da baixa arrecadação/sonegação, da devastação ambiental, da fome e da soberania alimentar.
Saiba mais:
ANÁLISE: O agro não é tech, o agro não é pop e muito menos tudo – ABRA/Friedrich Ebert Stiftung: https://bit.ly/3vp9bys