Pseudo-fatos fabricados para favorecer o desmatamento

As falsas controvérsias de Evaristo de Miranda, que ele divulga através da Embrapa Territorial fazendo uso indevido de credenciais científicas, estão em xeque na mais importante revista científica de ciência e conservação, a Biological Conservation/Elsevier.

Artigo escrito e publicado pelos 12 mais renomados cientistas brasileiros, entre os quais Antonio e Carlos Nobre, escancara a estratégia impostora de fabricação sistemática de fatos e conteúdos falsos sobre o desmatamento, em total desacordo com a realidade e sem respaldo na literatura científica estabelecida, apoiando argumentos do segmento mais atrasado do ruralismo brasileiro para desviar as preocupações sobre a Amazônia. 

Para fabricar supostas “incertezas”, o grupo de Evaristo espalha pseudo-fatos com base em estatísticas criativas em redes sociais, em palestras ou em notícias da mídia não-especializada. Com “dados feitos a mão” sem nunca terem sido revisados por pares e muito menos publicáveis em revistas científicas pois negligenciam o que já é reconhecido e consenso, eles espalham rumores e dúvidas sobre a ciência.

Apoiada nessas fakenews, a bancada ruralista tem agilizado a fragilização das políticas ambientais no governo Bolsonaro e se empenhado em passar a boiada. Por exemplo, a turma de Evaristo começou a espalhar que as queimadas não teriam origem criminosa em suposto estudo não científico. O resultado é que Bolsonaro e a bancada ruralista usaram esse argumento para anistiar mais de metade das áreas desmatadas ilegalmente, incentivando esquemas para o aumento da grilagem e da violência.  O mesmo aconteceu para multas ambientais. Inventaram um estudo para dizer que as multas eram aplicadas de forma arbitrária. Bolsonaro, apoiado nessas declarações atuou para acabar com as multas.  Não à toa, entre 2018 e 2020, o Brasil perdeu mais de 2 milhões de hectares de florestas maduras, alcançando o pior índice de destruição da Amazônia da última década. 

Em um surpreendente artigo, os mais conhecidos cientistas brasileiros no mundo tiveram que gastar tempo não para investigar novas descobertas da natureza ou das mudanças do clima, mas para provar o quão corrosiva é a interferência da máquina de notícias falsas contaminando o conhecimento científico. 

Saiba mais:

The risk of fake controversies for Brazilian environmental policies – Biological Conservation/Elsevier: https://bit.ly/3rMEBPbInformações divulgadas pela Embrapa prejudicaram leis ambientais – André Trigueiro|GloboNews: https://glo.bo/3gBGess

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