Manguezais, pântanos salgados e prados marinhos sequestram e armazenam dióxido de carbono numa taxa muito mais elevada que os ecossistemas de florestas terrestres. Por isso, o consenso científico defende o papel destes “estoques de carbono azul” para a manutenção do clima no planeta. São dezenas de artigos publicados nos periódicos internacionais mais respeitados nos estudos sobre o tema, orientando o mundo para preservar, restaurar e proteger essas áreas.
Apesar de tais dados, infelizmente, esses ecossistemas estão sendo perdidos em taxas críticas. Aproximadamente 50% foram perdidos, particularmente por meio de recuperação para agricultura ou urbanização, ou degradada por poluição, espécies invasoras e alteração hidráulica. Segundo dados do Observatório do Clima, só o Brasil perdeu cerca de 20% de área de manguezal nas últimas duas décadas.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) tem reportado que para evitar um aumento médio global da temperatura na Terra em 1,5°C é necessário reduzir as emissões globais de CO2 em 85%.
O consenso científico ressalta a necessidade de reorientar esforços na redução de fontes antropogênicas de CO2, ou seja, substituir a exploração e consumo de combustíveis fósseis por energia limpa, com o apoio à absorção e armazenamento de CO2 por meio da conservação de ecossistemas naturais com altas taxas e capacidade de sequestro de carbono.
Saiba mais:
“Manguezais: bioma estratégico e negligenciado” – Outras Palavras, 2022: https://bit.ly/3k7nxlN
“Apenas 40% das áreas de praias, dunas e areais brasileiros estão protegidos por Unidades de Conservação” – Piauí, 2022: https://bit.ly/3IwoT2E
Artigos científicos:
Mossman HL, Pontee N et al (2022) “Rapid carbon accumulation at a saltmarsh restored by managed realignment exceeded carbon emitted in direct site construction”. PLoS ONE. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0259033Mcleod E., Chmura G e al (2011). “A blueprint for blue carbon: toward an improved understanding of the role of vegetated coastal habitats in sequestering CO2”. Frontiers in Ecology and the Environment. https://doi.org/10.1890/110004