Segundo estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o plástico representa 85% dos resíduos que chegam aos oceanos e, até 2040, os volumes que fluem para o mar quase triplicarão, com uma quantidade anual entre 23 e 47 milhões de toneladas. Isto significa cerca de 50 kg de plástico por metro de costa em todo o mundo.
Todo esse lixo tem sido levado por correntes marinhas até chegar a algumas ilhas remotas, regiões polares e costeiras dos continentes. Além da contaminação, esse plástico já começou a formar um conglomerado estéril em diversas partes do planeta.
O plastigomerado foi registrado pela primeira vez em 2014 no Havaí e é formado por uma mistura de plástico derretido, fragmentos de rochas, areia e conchas. O piroplástico foi registrado em 2019 no sudoeste da Inglaterra. No Brasil, a geóloga brasileira Fernanda Santos descobriu durante seu doutorado na Universidade Federal do Paraná o compacto plastitone.
O estudo do PNUMA alerta para outros impactos do plástico no ambiente marinho:
- VETOR PATOGÊNICO: podem transportar bactérias potencialmente fatais e produtos farmacêuticos para áreas costeiras.
- SUFOCAMENTO: impedem o fluxo de oxigênio e nutrientes, assim como bloqueiam a luz, o que reduz drasticamente o número de organismos marinhos e compremete os serviços ecossistêmicos.
- DANOS AOS RECIFES E CORAIS: por conter muitos produtos químicos, alguns perigosos, os plásticos causam danos físicos aos corais.
- EXTINÇÃO DE ESPÉCIES MARINHAS: Os microplásticos podem interromper os processos biológicos em organismos marinhos e podem causar mutações genéticas, diminuição da reprodução, interrupções na alimentação, diminuição do crescimento e diminuição da sobrevivência.
- EMARANHAMENTO DE ANIMAIS: Pássaros, peixes, tartarugas e mamíferos tem se enroscado nesse lixo tendo a mobilidade prejudicada, o que tem levado à fome e causado afogamento.
Saiba mais:
“É pedra, é plástico” – Revista Piauí, 2023: https://bit.ly/3EH9jPB
“Drowning in Plastics – PNUMA, 2021: https://bit.ly/3xUy0nS
