As iniciativas de conservação devem abordar conjuntamente ações para conservação de ambientes aquáticos e terrestres. Ambientes com água prestam serviços vitais para toda forma de vida e, também, para o clima na Terra. Priorizar somente a recuperação de plantas terrestres sem perceber a conectividade existente com os corpos aquáticos no entorno impede o fluxo ecológico e acumula estresse nos cursos de água.
Para melhorar, pesquisas científicas revelam que ao cuidar dos ambientes aquáticos em projetos de recuperação de áreas degradadas, nós podemos potencializar em muito os ganhos de diversidade. Dados mostram que é possível multiplicar por SEIS VEZES a diversidade biológica recuperando os lagos, lagoas, riachos, igarapés, brejos, alagados e manguezais da área. Assim, temos um retorno muito maior que quando centramos esforços só na proteção de espécies terrestres.
Trata-se de compreender que é preciso proteger o habitat de répteis, aves, anfíbios e todos os artrópodes que trabalham e vivem na floresta. Os ecossistemas com água doce superficial ocupam menos de 1% da superfície do planeta e abrigam cerca de 10% de todas as espécies, incluindo um terço de todos os vertebrados.
Planos de recuperação integrados, que contemplam ecossistemas de água-floresta, atingem mais biodiversidade, evitando também estresse hídrico e poluição dos ambientes aquáticos.
Saiba mais:
“Integrated terrestrial-freshwater planning doubles conservation of tropical aquatic species” – Science, 02/10/2020: https://sci-hub.ru/10.1126/science.aba7580
“Planejamento da conservação na Amazônia deve priorizar biodiversidade aquática, indica estudo”- Agência FAPESP, 02/10/2020: https://bit.ly/2GjygWw