Dia Internacional das Florestas

“Devemos considerar a floresta como um organismo complexo, e não como uma coleção de árvores e animais. É um grande e complexo organismo. Você não olha para a sua bexiga como se fosse algo separado de seu corpo. Como poderíamos tirar um passarinho da floresta e dizer que eles não são floresta, mas certa árvore é floresta. Aqui e ali há inter-conexões físicas e funcionais nas quais os elementos se unem em uma malha” – Bill Mollison.

Desmatar 1 hectare de floresta amazônica é muito mais que derrubar três centenas de árvores e uma centena de plantas epífitas. De acordo com estudos científicos da Universidade de Lancaster e da Rede Amazônia Sustentável, ao derrubar 1ha de floresta você tira a casa de 160 pássaros, 10 primatas, 33 anfíbios, 44 peixes, 22 répteis e extermina 1 bilhão de indivíduos invertebrados no solo.

“Muitas pessoas acham que para compensar o que perdemos na Amazônia basta plantar árvores em outros lugares. Mas isso está errado”, diz Erika Berenguer, Universidade de Oxford.

Toda floresta é uma comunidade cheia de conexões, onde plantas e animais coexistem. Cada floresta nativa guarda uma variedade de espécies de árvores de tamanhos e idades diferentes, algumas delas com centenas e até milhares de anos. “Árvores grandes prestam funções que não podem ser duplicadas por árvores pequenas ou médias. Eles fornecem um habitat único, influenciam fortemente a floresta ao seu redor e armazenam grandes quantidades de carbono”, diz Jim Lutz, pesquisador da Smithsonian Forest Global Earth Observatory que fez um estudo sobre a estrutura da floresta no mundo.

Hoje é Dia Internacional das Florestas, uma data de conscientização colocada no calendário global pela ONU, em 2012. Que os grandes poluidores e desmatadores, mineradoras e garimpeiros, grileiros e monoculturas do agronegócio compreendam a destruição que estão causando no planeta. O Brasil hoje é o país que mais desmata florestas primárias: em 50 anos, destruímos mais de 20% da Amazônia, sendo 63% da área ocupada por pastos de baixíssima produtividade com menos de 1 cabeça de gado por hectare e 23% foi abandonada e está em regeneração (Terraclass, Embrapa). No ano passado, o desmatamento se concentrou em torno das rodovias federais BR-163 (Cuiabá-Santarém), BR-364 (Cuiabá-Rio Branco), BR-319 (Manaus-Porto Velho) e BR-230 (Transamazônica e região do garimpo em Itaituba).

Saiba mais:

Bill Mollison, o papa da permacultura: http://goo.gl/APqvPi
Como a destruição da Amazônia vai além do desmatamento – BBC News: https://bbc.in/38AJnDj

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