Sérgio Leitão, diretor executivo do Instituto Escolhas, explicou em entrevista à CNN a urgência de um apoio público e de planejamento para criar uma estrutura – como redes de sementes, viveiros e afins – além de condições adequadas e legislação para que o Brasil consiga “renascer das cinzas”.
Assim como é fundamental que o governo, em todas as suas esferas (federal, estadual e municipal), trabalhe para garantir o básico à população, como moradia, saneamento, alimentação saudável, saúde e educação, também é essencial que crie uma infraestrutura e condições para restaurar nossas florestas.
No Acordo de Paris, em 2015, o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de floresta até 2030. No entanto, desde então, só conseguimos restaurar 100 mil hectares, menos de 1% da meta! O resultado é desanimador, mas deixa claro que faltam apoio e estrutura – já perdemos 10 anos de trabalho. Para cumprir nossa promessa, o Brasil precisaria plantar e cuidar de 10 bilhões de mudas.
“É preciso mobilizar recursos públicos e privados para que o país produza 1 bilhão de mudas anuais, assim podemos alcançar o que prometemos nos próximos 10 anos. Com o clima tão instável, não podemos esperar mais. Afinal, parafraseando o economista Keynes, no ‘longo prazo estaremos todos mortos'”, enfatiza Leitão.
A infraestrutura que o governo precisa apoiar envolve redes de sementes, viveiros registrados e a formação de Engenheiros Florestais focados em restauração. As condições que o governo precisa prever incluem o mapeamento de áreas a serem restauradas, o pagamento de comunidades e moradores que participarem dos projetos de restauração, o aumento do quadro de funcionários do IBAMA e ICMBio, além da punição severa a desmatadores. É preciso prender esses criminosos, confiscar propriedades de áreas desmatadas ou queimadas e agir firmemente para preservar o que resta e recuperar o que já foi perdido.
Saiba mais:
Vamos renascer das cinzas – CNN: https://shorturl.at/QbnJj