Campinas da Amazônia

A Amazônia representa 0,5% da Terra, mas concentra 10% da biodiversidade conhecida. Formada por um mosaico de ecossistemas aquáticos e terrestres interconectados e sobrepostos, o bioma apresenta variadas composições florísticas, estrutura de vegetação e padrões de diversidade. Embora a maior parte do bioma seja coberta por florestas de terra firme e de várzeas e igapós (sazonalmente alagados), há também as savanas naturais e as campinas, que ocorrem em ambientes de vegetação aberta interfluviais, não inundados por rios, mas também não florestados.

As campinaranas (ou campinas) são uma paisagem atípica inserida em vários enclaves dentro da floresta tropical amazônica. Sua principal característica são os solos de areia branca, fortemente lixiviados, elevada acidez e baixíssima fertilidade. A vegetação apresenta uma fisionomia escleromórfica, com troncos e galhos retorcidos, e uma composição florística única, diferente da terra firme e mais próxima do igapó.

Sua área de cobertura é de cerca de 335.000 km², o que corresponde a aproximadamente 5% da bacia amazônica. Extensas e contínuas áreas de campinaranas ocorrem especificamente no alto curso da bacia do rio Negro, enquanto que no restante da Amazônia sua distribuição é insular, guardando correspondência com a presença dos solos arenosos.

Este post é dedicado ao @grupomaua, do projeto de pesquisa ATTO (Observatório da Torre Alta da Amazônia).

Saiba mais:
Evolução da biodiversidade da Amazônia – – Painel Ciência da Amazônia, capítulo 2 (2021): https://bit.ly/4cIDTaP:
Demarchi, L.O. et al. A flora especializada de areia branca da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazônia Central, Brasil. Check list 18 (1): 187-217 (2021): https://doi.org/10.15560/18.1.187

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *