Como os satélites conseguem identificar áreas com vegetação, água, fogo ou seca? A resposta está nas cores! Assim como nossos olhos enxergam o azul do mar e o verde das plantas, os sensores dos satélites capturam diferentes comprimentos de onda da luz do Sol para identificar esses “alvos”. Enquanto nosso olho percebe apenas uma pequena parte do espectro da luz solar, o “espectro visível”, as cores são definidas pelo comprimentos de ondas. Aquelas que não conseguimos ver é porque estão fora do intervalo de frequências e ondas eletromagnéticas que nosso olho capta. Existe ainda o intervalo infravermelho, as microondas, as ondas de rádios, as ultravioletas, os raio-x e os raios gama.
No espectro visível ao olho humano, temos as cores do arco-iris, ou seja, a mistura das cores primárias RGB (vermelho, verde e azul). O azul possui um comprimento de onda mais curto, o que facilita sua dispersão pela atmosfera, dando ao céu sua cor característica. No caso do mar, ele “absorve” a maior parte das cores e “reflete” principalmente o azul, o que explica sua tonalidade. As plantas “refletem” o verde enquanto “absorvem” o vermelho. E é aqui que começamos a entender como as imagens geradas por satélites funcionam: analisando a luz refletida e absorvida pelos alvos.
Cientistas ajudaram a definir a “assinatura espectral” de diferentes alvos, ou seja, como elas refletem ou absorvem luz em várias faixas do espectro. A água limpa, por exemplo, absorve quase toda a luz, parecendo escura. Já água poluída reflete mais luz por conta de partículas em suspensão, ficando mais clara. E isso não vale só para água: solos secos e úmidos refletem luz de maneiras diferentes, e vegetação saudável reflete muito no infravermelho próximo – uma faixa de luz que os olhos humanos não enxergam, mas que sensores captam.
Assim que os satélites identificam fogo, rios poluídos, desmatamento e até sinais de seca ou doença das plantas. Qualquer curso de sensoriamento remoto por satélite vai nos ensinar a entender a assinatura espectral do que estamos monitorando, para conseguir analisar as imagens.
Saiba mais:
Sensoriamento remoto: introdução e NDVI – USP: https://abre.ai/lyVl
Satélites de observação terrestre e assinatura espectral de alvos – USP: https://abre.ai/lyVn
Espectro eletromagnético – Brasil Escola: https://abre.ai/lyVv