Entre baladas clandestinas e falta de vacina, o Brasil ultrapassa 470 mil mortes. Cinco estados estão com alta de casos, sendo eles Mato Grosso, Tocantins, Acre, Bahia e Pernambuco.
Na CPI da Covid, o mais novo reality brasileiro, a semana mostrou o constraste entre ciência e negacionismo com os depoimentos de Nise Yamaguchi e a infectologista Luana Araújo.
Enquanto Nise usou o palanque para desinformar ainda mais a população, em contínua defesa de tratamento que não existe, Luana foi clara: “Todos nós somos a favor de uma terapia precoce que exista. Mas se ela não existe, não pode ser tornada saúde pública. Tratamento precoce é estupidez. É como se a gente estivesse escolhendo de que lado da borda da terra plana a gente vai pular”.
Luana também alertou que a população está confusa por causa do governo federal: “Quando as pessoas consideram que existe uma coisa que é rápida, fácil, ágil, barata e que substituiria todo um processo de educação de hábitos de usar máscara, de lavar as mãos, de distanciamento –que exigem uma compreensão básica do processo de prevenção–, esse discurso encontra eco na população que tem um desconhecimento técnico e um desespero emocional… Muitas drogas tem efeito antiviral in vitro. Quando a gente tenta transferir essa potência in vitro pra complexidade dos organismos multicelulares, a gente tem menos de 10% de sucesso. Existem medicações para HIV, por exemplo, que funcionaram in vitro [contra o vírus da Covid], mas não funcionaram no organismo humano. Se eu pegar essa cultura viral e botar no microondas, os vírus vai morrer. Mas não é por isso que eu, como médica, vou pedir para o paciente entrar duas vezes no microondas por dia”.