Relatório publicado pela Oxfam em parceria com o Instituto Ambiental de Estocolmo confirma mais uma vez que os super-ricos são os que mais poluem e degradam o planeta: os 10% mais ricos, cerca de 630 milhões de pessoas com renda de cerca de 35 mil dólares por ano, são os responsáveis por mais de metade de todas as emissões globais.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o chefe de política, defesa de direitos e pesquisa da Oxfam Internacional Tim Gore explicou: “Não se trata de pessoas que tiram férias em família uma vez por ano, mas de pessoas que fazem voos todos os meses – é um grupo bastante pequeno de pessoas”, explicou.
Na mesma linha, outro estudo do World Inequality Report 2022 publicado no início deste ano expõe que a desigualdade que não é medida por patrimônio, mas pela discrepância da contribuição de GEE de diferentes classes sociais e impacto no meio ambiente.
É uma contradição: os super-ricos tem mais condições (educação, acesso e poder de escolha) para serem conscientes ambientalmente e, no entanto, são ainda os que mais impactam o planeta com seus hábitos diários. Enquanto um super-rico gera 31 toneladas de CO2 para manter um padrão de vida elevado com consumo e “vício em transporte de alto carbono” (carros de alta emissão e viagens avião), um super-pobre gera 1,6 tonelada consumindo localmente e se virando como pode.
Mesmo com tantos alertas da literatura científica para que o mundo gere menos CO2, a informação parece não ecoar entre os que mais poluem. Mesmo que vistam uma capa verde, geram lixo como se não houvesse amanhã. Os atingidos são as populações vulneráveis que enfrentam as consequências da mudança do clima, sem moradia adequada e desprevenidas.
Saiba mais:
PDF: World Inequality Report 2022 – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): https://bit.ly/3ZQ6cgZ
“World’s richest 1% cause double CO2 emissions of poorest 50%, says Oxfam” – The Guardian: https://bit.ly/46P47W3