Tudo está interligado. O calor acima do normal que estamos sentindo na pele é um desequilíbrio que reverbera em todo o sistema terrestre. Não somos só nós, humanos, que estamos sofrendo. O mundo passa por um acelerado declínio da biodiversidade. Os reinos animal e vegetal estão inteiramente sentindo os efeitos da falta de controle da nossa poluição e ganância. Do alto da nossa prepotência, ainda nos classificamos como a única espécie que possui consciência, racionalidade e sabedoria. Que inteligência é essa que cava a própria extinção?
O calor extremo que nós causamos em defesa do mercado vem acompanhado de secas intensas, escassez de água, incêndios florestais, derretimento do gelo polar e aumento do nível do mar. Há seca em algumas regiões e chuvas em excesso em outras, com tempestades catastróficas e muitas perdas.
Precisamos acordar coletivamente e exigir mudanças imediatas e drásticas. Cientistas já estão roucos de alertar sobre a urgência do corte de emissões com a transição global do petróleo para fontes limpas (já temos tecnologia para isso). São três décadas de alerta. E continuamos engolindo o blablabla de empresas com planos que não mudam nada, só agravam a situação atual. Chega de petróleo. Chega de colocar os interesses do mercado acima dos interesses da vida. Já são mais de 6,6 milhões de pessoas deslocadas no mundo, milhares de comunidades vulneráveis em situação de risco a cada chuva, a cada seca. É tempo de despertar e lutar pelos Direitos Humanos e pelos Direitos da Natureza.