Luta coletiva por mudança estrutural

Produção inconsequente de lixo por fabricantes, coisas feitas para usar-quebrar-descartar, desmatamento, vazamentos de rejeitos de mineração, emissão descontrolada de gases do efeito estufa, esgoto sem tratamento, aquecimento global, pandemias, empobrecimento global da população, guerras, insegurança alimentar, falta de moradia digna, refugiados… Grandes poluidores conseguiram até agora carta branca para destruir sem serem responsabilizados pelos impactos que causam. Infiltrados nos governos no mundo todo, os interesses desses poucos grupos financeiros têm sido atendidos pelas nações em detrimento daquilo que realmente deve ser feito pelos governantes eleitos: cuidar da sociedade, diminuir a pobreza, proteger o meio ambiente e planejar o futuro. Precisamos lutar por um novo cenário institucional que atenda os problemas sociais globais atuais e as preocupações humanas universais.

Entendemos a importância das ações individuais, da mudança de hábito e comportamento pessoal por um mundo mais justo e sustentável, mas elas não resolvem problemas estruturais sistêmicos. Precisamos cobrar por uma mudança mais profunda, lutar para proibir que as coisas continuem a ser feitas como são, destruindo e impactando o planeta e a vida de todos. Somos 212 milhões de brasileiros, dos quais 63 milhões vivem em situação de pobreza. No mundo, somos quase 8 bilhões de pessoas e a maioria absoluta da população sofre com a destruição ambiental e relação predatória de exploração de recursos naturais. Enquanto isso, poucos gozam de luxo, mais da metade do planeta vive em situação de pobreza, quase 1 bilhão em situação de miséria com menos de 2 dólares por dia. 

Para Michael Mann, diretor do Centro de Ciência dos Sistemas da Terra da Universidade de Pensilvania, “também devemos estar cientes de como as forças de negação estão explorando o movimento de mudança de estilo de vida tirando a pressão das tentativas de regular a indústria de combustíveis fósseis. Essa abordagem é uma forma mais suave de negação e, sob muitos aspectos, é mais perniciosa por promover inação coletiva na cobrança por mudanças profundas.”

Precisamos cobrar ações e mudanças da indústria de petróleo, de mineração e de agrotóxicos, que compram laudos técnicos, que compram políticos e governos para continuar a destruição de florestas, poluição de rios, envenenamento do solo e guerras. No século passado, não tínhamos que lidar com as ameaças das mudanças climáticas. Hoje, isso é um problema real e global.

Vamos lutar pela responsabilização jurídica desses grandes poluidores. Essa deve ser uma causa dos países, organismos internacionais e também uma luta coletiva de todos nós. As grandes mudanças da sociedade que marcam evoluções sociais surgiram assim: quando muitas crises simultâneas colocam em xeque as rachaduras, defeitos e fragilidades da antiga estrutura que já não fica em pé.

Quer fazer a diferença? Defenda sua comunidade e envolva-se na luta coletiva. Precisamos ecoar a conscientização ambiental, os direitos socioambientais, acompanhar e exigir políticas para proteger mananciais e florestas, com o endurecimento da fiscalização dos órgãos responsáveis pela proteção. Cobrar é parte de todos. Se esses últimos anos nos ensinaram algo importante, o ensinamento é que dependemos uns dos outros e que todos precisamos lutar juntos. ❤

Saiba mais:

Climate change deniers’ new battle front attacked – The Guardian: http://bit.ly/2ucQi6n

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