Luta coletiva por mudança estrutural

Produção inconsequente de lixo, desmatamento, vazamentos de rejeitos de mineração, emissão descontrolada de gases do efeito estufa, esgoto sem tratamento, aquecimento global, pandemias, empobrecimento global, guerras, insegurança alimentar, falta de moradia digna, refugiados… Grandes poluidores conseguiram até agora carta branca para destruir sem serem responsabilizados pelos impactos que causam. Infiltrados nos governos ao redor do mundo, os interesses desses poucos grupos financeiros têm sido atendidos pelas nações, enquanto os governantes eleitos deveriam cuidar da sociedade, diminuir a pobreza, proteger o meio ambiente e planejar o futuro. Precisamos lutar por um novo cenário institucional que atenda aos problemas sociais globais atuais e às preocupações humanas universais.

Entendemos a importância das ações individuais e da mudança de hábitos e comportamentos pessoais por um mundo mais justo e sustentável. No entanto, elas não resolvem problemas estruturais sistêmicos. Precisamos cobrar por uma mudança mais profunda. É necessário lutar para proibir que as coisas continuem a ser feitas da maneira que são, destruindo e impactando o planeta e a vida de todos. No mundo, somos quase 8 bilhões de pessoas e a maioria da população sofre com a destruição ambiental e a exploração predatória de recursos naturais. Enquanto poucos gozam de luxo, mais da metade do planeta vive em situação de pobreza, e quase 1 bilhão de pessoas está na miséria, com menos de 2 dólares por dia.

Para Michael Mann, diretor do Centro de Ciência dos Sistemas da Terra da Universidade da Pensilvânia, “também devemos estar cientes de como as forças de negação estão explorando o movimento de mudança de estilo de vida, tirando a pressão das tentativas de regular a indústria de combustíveis fósseis. Essa abordagem é uma forma mais suave de negação e, sob muitos aspectos, é mais perniciosa por promover inação coletiva na cobrança por mudanças profundas.”

Precisamos cobrar ações e mudanças das indústrias de petróleo, mineração e agrotóxicos. Essas indústrias compram laudos técnicos, políticos e governos para continuar a destruição de florestas, a poluição de rios, o envenenamento do solo e a promoção de guerras. No século passado, não tínhamos que lidar com as ameaças das mudanças climáticas. Hoje, isso é um problema real e global.

Vamos lutar pela responsabilização jurídica desses grandes poluidores. Essa deve ser uma causa dos países, organismos internacionais e também uma luta coletiva de todos nós. As grandes mudanças da sociedade que marcam evoluções sociais surgiram assim: quando muitas crises simultâneas colocam em xeque as rachaduras, defeitos e fragilidades da antiga estrutura que já não se sustenta.

Quer fazer a diferença? Defenda sua comunidade e envolva-se na luta coletiva. Precisamos ecoar a conscientização ambiental, os direitos socioambientais, acompanhar e exigir políticas para proteger mananciais e florestas, com o endurecimento da fiscalização dos órgãos responsáveis pela proteção. Cobrar é parte de todos. ❤

Saiba mais:

Climate change deniers’ new battle front attacked – The Guardian: http://bit.ly/2ucQi6n

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