Expropriação de água

Desde 8 de agosto e sem prazo para desocupar a fábrica da Bonafont, 20 povos indígenas do México lutam para frear definitivamente a exploração industrial de água no estado de Puebla por causa do esgotamento de mananciais e crise hídrica. 

Essa fábrica se instalou em Puebla há quase 29 anos e perfurou poços profundos para extrair gigantescos volumes de água diretamente do aquífero. Há outras fábricas de empresas transnacionais na região, como a Volkswagen, que também têm uma pesada pegada hídrica. 

Segundo reportagem da Opendemocracy, há algumas décadas, uma ONG dos EUA ligada à Coca-Cola começou a “desenvolver projetos” para pavimentar o caminho de exploração de água de comunidades tradicionais e afrouxar a legislação. Com lobbies e corrupção, em 1992 o governo aprovou a Lei Nacional de Águas, incentivando a instalação de indústrias para explorar o recurso sem estudo de impacto ambiental. No período, também foi privatizado o sistema de abastecimento público regional. Em 2008, um decreto presidencial facilitou a licença para extração de água em 300 bacias hidrográficas mexicanas.

Poços familiares foram proibidos, o abastecimento privatizado. Sem saída, atualmente a população é forçada a comprar água engarrafada para sobreviver. O povo mexicano é o terceiro maior consumidor de água engarrafada do mundo, só ficando atrás dos Estados Unidos e China.

Saiba mais:

“A US charity helps big businesses take indigenous people’s water in Mexico” – OpenDemocracy: https://bit.ly/3odv6Hc

“Reféns da água engarrafada, indígenas ocupam fábrica da Bonafont-Danone há um mês no México” – Brasil de Fato: https://bit.ly/39Gs1qF

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