
Um grupo de entidades, sem dúvida, detém a responsabilidade histórica pela crise climática. As discussões nas negociações multilaterais sobre esse tema têm se centrado apenas nas responsabilidades dos Estados, com foco na responsabilidade histórica dos países mais desenvolvidos. Os Estados Unidos lideram esta lista, seguidos pela Europa e outras nações industrializadas. Esses países exploraram os combustíveis fósseis para desenvolver suas indústrias, estabelecer relações coloniais, controlar o acesso aos recursos e gerar lucro.
No entanto, para evitar simplificações, essa análise também deve considerar as desigualdades e iniquidades dentro de cada Estado. Nesse sentido, a discussão da responsabilidade histórica deve considerar os enormes lucros que as corporações transnacionais –públicas e privadas–, as oligarquias e as elites financeiras têm desfrutado, bem como a responsabilidade dos atores políticos e tomadores de decisão que permitem e ocultam a desapropriação, a destruição da Natureza e as violações de direitos, construindo um sistema de impunidade. Há elites do Sul cuja postura imperialista contribuiu para o aquecimento global. Ao mesmo tempo, a dívida climática não deve ser atribuída às comunidades indígenas, classe trabalhadora ou migrantes pobres.
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Glossário Ilustrado da Justiça Climática: www.arvoreagua.org