O Brasil tem uma das maiores áreas litorâneas do mundo, mas a nossa rica biodiversidade costeira segue sendo destruída há mais de cinco séculos. Em ritmo acelerado, estudo do MapBiomas mostra que nas últimas três décadas perdemos 70 mil hectares com a invasão de empreendimentos, ocupação desordenada, carcinicultura, aquicultura e indústria salineira. O problema é sério. A cega especulação imobiliária já avançou por cima de 12 mil hectares, desmatando importantes áreas de proteção permanente. O Rio de Janeiro foi o estado que mais perdeu área costeira, cerca de 50% do que tinha de beleza natural na costa em 1985 já foi destruído, uma área equivalente a 655 Maracanãs.
O estágio da degradação do litoral, perda de habitat e disseminação de espécies invasoras são motivos de preocupação e exigem resposta urgente do estado. Diversas espécies estão ameaçadas e algumas já extintas. Dez anos atrás, o governo brasileiro publicou estudo que já apontava lacunas de proteção da biodiversidade e desde lá apenas 40% da área costeira tem algum tipo de proteção.
Recifes, ilhas costeiras e oceânicas, estuários, lagunas, baías, enseadas, praias, grutas marinhas, florestas litorâneas, manguezais, sítios ecológicos e monumentos que integram o patrimônio natural brasileiro estão todos correndo sério risco de desaparecerem. Mesmo a Constituição Federal determinando a proteção dessas áreas, os 395 municípios distribuídos ao longo dos 17 estados litorâneos seguem aprovando licenciamentos inconsequentes para obras e atividades causadoras de degradação ambiental. A pressão só piora com o processo de erosão por falta de preservação e com os impactos das mudanças climáticas. Como diz reportagem da revista Piauí, vá à praia antes que ela acabe.
Saiba mais:
Vá à praia – antes que ela acabe – Revista Piauí: https://bit.ly/3r5WQyJ
Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos do Brasil – MMA 2010: https://bit.ly/3nRfFne