[AMANHÃ, 21/fev, 19h] O Laboratório de Análise em Segurança Internacional e Tecnologias e Monitoramento/LASInTec, da Universidade Federal do Estado de São Paulo/UNIFESP, vai dar uma aula sobre o que está acontecendo no sul da Bahia, com ações do grupo parapolicial chamado Invasão Zero e a violência de Estado.
Entre Ilhéus e Canavieiras, a oeste da BR101, uma população de mais de 2800 indígenas Pataxó Hã-Hã-Hãe moram na Terra Indígena (TI) Caramuru-Catarina-Paraguassu, numa área de 54 mil hectares de Mata Atlântica. Apesar do mapa da demarcação original existir desde 1926, a TI ainda está aguardando a definição da sua situação jurídica.
Enquanto isso, a pressão de latifundiários contra os indígenas da TI tem escalado a um ponto insustentável. Esse bando de fazendeiros da região criou um grupo paramilitar armado e, abertamente, participam do movimento “Invasão Zero”, que conta com 5 mil integrantes. Armados, eles tem organizado atentados contra indígenas e camponeses do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra via Whatsapp em vários estados. A organização paramilitar na Bahia tem CNPJ e até cartilha.
O cerco na TI Caramuru-Catarina-Paraguassu foi liderado por Dida Souza, que tem uma dívida de mais de R$ 25 milhões com a União. Ela é filha do político e pecuarista Osvaldo Souza, que morreu em 2012. Reportagens e investigações dos assassinatos na região falam que tem sido uma ação articulada entre ruralistas de famílias influentes do agronegócio, políticos e policiais.
O Ministério dos Povos Indígenas pediu intervenção da polícia federal e da força nacional de segurança, mas o governo baiano recusou. O Ministério Público Federal declarou que o assassinato dos indígenas na região tem ligação com uma milícia que conta com policiais militares.
Saiba mais:
AULA: LASInTec/Unifesp – https://www.youtube.com/@lasintecunifesp9676
Terra Indígena Caramuru-Paraguassu – ISA: https://bit.ly/3OKzzgP
Líder da Milícia Invasão Zero deve 26 milhões à União – APIB: https://bit.ly/3woT08Q