As cactáceas são especialistas em sobreviver em lugares com pouca água, calor intenso e solos pobres. A história evolutiva das Américas, com suas regiões desérticas e montanhosas, ajudou essas plantas a se adaptarem ao continente. Agora vamos a um exemplo nacional: o xique-xique (𝑋𝑖𝑞𝑢𝑒𝑥𝑖𝑞𝑢𝑒 𝑔𝑜𝑢𝑛𝑒𝑙𝑙𝑒𝑖). Esse cacto é o símbolo da Caatinga e aparece em muitas obras de arte e na literatura do Nordeste. Endêmico do semiárido brasileiro, cresce em áreas rochosas, savanas e sertões.
De acordo com a plataforma Reflora, o xique-xique é descrito como um cacto alto, com ramos que se parecem com candelabros, formando uma espécie de arbusto coberto de espinhos. Suas raízes são profundas e alcançam o lençol freático, o que ajuda a planta a sobreviver em condições tão secas.
Nos caules longos e cilíndricos, o xique-xique consegue armazenar grandes quantidades de água para usar durante os períodos de seca, que estão cada vez mais longos com as mudanças climáticas. Seus espinhos, além de servir como defesa contra herbívoros, ajudam a reduzir a perda de água. É como se a planta vestisse uma armadura contra o sol forte do sertão!
As flores do xique-xique são brancas, perfumadas e se abrem à noite, atraindo polinizadores como morcegos e mariposas. Seus frutos são redondos e, quando maduros, revelam uma polpa rosa cheia de sementinhas pretas, que são apreciadas por insetos e pássaros.
Agora, algo curioso: o xique-xique tem uma maneira diferente de fazer fotossíntese. Enquanto a maioria das plantas absorve gás carbônico durante o dia, as cactáceas fazem isso à noite, quando o clima está mais fresco e o ar mais úmido. Esse processo é chamado de metabolismo CAM.
Saiba mais:
Espécie do mês: xique-xique – Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF): https://shorturl.at/zfy3q
𝑋𝑖𝑞𝑢𝑒𝑥𝑖𝑞𝑢𝑒 𝑔𝑜𝑢𝑛𝑒𝑙𝑙𝑒𝑖 – Flora do Brasil 2020: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB617411