A caatinga é um bioma que só tem no Brasil. Com uma vegetação adaptada à escassez de água e aos solos pobres da região semiárida do interior do Nordeste brasileiro, o bioma abrange partes de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Por causa da pecuária e monoculturas inadequadas que avançam do cerrado pra caatinga na zona de expansão do agronegócio popularmente conhecida como “MaToPiBa” (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), toda parte oeste do bioma vem sofrendo desmatamento. Com isso, a região está ficando mais quente e com mais deficiência hídrica. A destruição ambiental causada pelo agronegócio somada às mudanças climáticas projetam um cenário cada vez mais seco pra todo o bioma, de desertificação. São vários estudos com alertas:
⎻ Agência FAPESP/23: pesquisa desenvolvida pela Unicamp, UFPB, UFPE, UFV e IFG projetam perda de espécies e homogeneização de 40% da paisagem; no cenário otimista, com 50 espécies extintas, no cenário pessimista, com 250 espécies extintas;
⎻ MapBiomas/23: A Bahia e Piauí são os estados mais afetados pelo aumento de temperatura; a longo prazo, a região semiárida vai se tornar árida;
⎻ IPCC/Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas: “O Nordeste brasileiro é a área seca mais densamente povoada do mundo e é recorrentemente afetado por extremos climáticos”; o relatório prevê que mais de 90% do bioma está sujeito à desertificação.
Saiba mais:
Até 2060, 40% da biodiversidade da caatinga pode ser afetada pela mudança climática – Agência Fapesp, julho/23: https://bit.ly/3sgLKcR
Desertificação da Caatinga – Mapbiomas, maio/23: https://bit.ly/45qrgNo
Mudança do clima acelera criação de deserto do tamanho da Inglaterra no Nordeste – BBC, agosto/21: https://bit.ly/459pDnx
