O governo Bolsonaro e o uso sem precedentes de veneno importado no país. Só este ano, 500 agrotóxicos foram liberados – quantidade maior que no ano passado, que já tinha batido marca assustadora com liberação de 493 pesticidas. Os custos socioambientais para o Brasil com o uso de tanto veneno são gigantescos: estão envenenando o solo, as águas, os alimentos, os trabalhadores rurais, os brasileiros, além dessa política tornar os produtores rurais em dependentes químicos.
POPULAÇÃO ENVENENADA
Somos o povo mais ameaçado por inseticidas, pesticidas, fungicidas, herbicidas no mundo. Consumimos, em média, cinco litros de veneno por ano, com 70% dos alimentos in natura contaminados (Instituto Nacional do Câncer – INCA). Água, feijão, arroz, café, trigo, milho, tomate, laranja, banana, batata, uva… está tudo envenenado.
A Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) alertam para os perigos do uso de agrotóxicos para o fígado e o sistema digestivo, para o coração e pulmão, atacando o sistema respiratório, além de ser neurotóxico atacando o sistema nervoso, desregulador endócrino e atacar também o sistema reprodutivo. No Rio Grande do Sul e Mato Grosso já se fala em epidemia de câncer e Parkinson. Não é só o povo que está adoecendo, nossos ecossistemas também.
GOVERNO PAGA PARA ENVENENAR PAÍS
O lobby das farmacêuticas estrangeiras dentro do Congresso tem conseguido a liberação dos venenos. Para viciar o produtor rural a seguir sua dependência química, a bancada ruralista conseguiu uma bolsa-veneno liberando produtores a pagar impostos na compra de veneno, no ano passado. Nada justifica 60% de desconto do governo para comércio de veneno no Brasil. Agrotóxicos geram doenças, mortes e degradação ambiental, tudo com alto custo para o país.
A pergunta que temos que nos fazer é: que modelo de desenvolvimento do atraso e da doença é esse? O que adianta estar entre os maiores exportadores de soja, gado e milho do país, quando o estado está falido e a população morrendo? Quantos mais exemplos reais serão necessários para que o próprio setor acorde. Por esse caminho, não há futuro.
Saiba mais:
Liberação de agrotóxicos em 2021 bate novo recorde na série histórica; maioria é genérico – G1: https://glo.bo/3lII9OR
‘Bolsa-agrotóxico’: empresas recebem isenções de impostos de R$ 10 bilhões ao ano – A Pública: http://bit.ly/37kXFq9
O alarmante uso de agrotóxicos no Brasil atinge 70% dos alimentos – El País: https://goo.gl/4w51M6‘Epidemia de câncer’? Alto índice de agricultores gaúchos doentes põe agrotóxicos em xeque- BBC Brasil – https://bbc.in/39AANEJ
