Tudo que está no fundo do mar vai para dentro da rede. São peixes e outros organismos capturados sem querer e descartados sem vida, comprometendo o ecossistema e a sustentabilidade da pesca. Dano colateral? Segundo artigo publicado na revista Science, o arrasto de fundo leva à morte 4,2 milhões de toneladas anuais de espécies não-alvo, ameaçando os ecossistemas oceânicos em todo planeta. Morrem peixes, moluscos, mamíferos, tartarugas e a prática também provoca mudanças no solo do fundo do mar. Dezenas de países já proibiram o arrasto na Europa, Ásia e Américas.
No Brasil, a pesca de arrasto está fora de controle. Em reportagem do El País, o cientista Martin Dias explicou que a gestão pesqueira não funciona porque o “ordenamento da pesca no Brasil segue um emaranhado de leis e de normas defasadas ou não aplicadas que, na prática, permitem o arrasto em qualquer época e em qualquer ponto dos 3,6 milhões de km² de mar sobre responsabilidade do país”.
No governo Bolsonaro, a situação ficou totalmente descontrolada. Só nos dois primeiros anos de governo, o governo Bolsonaro publicou mais de 80 medidas provisórias, decretos e portarias afrouxando regras e interferindo diretamente na gestão da pesca e na conservação da vida marinha.
Saiba mais:
Brasil naufraga no controle da pesca de arrasto | El Pais – https://bit.ly/39hruyI
Pesca de arrasto: entenda como acontece a destruição do habitat – Mar sem fim, 2018: http://bit.ly/3br460B
A canetada predatória de Nunes Marques – Revista Piauí: http://bit.ly/35w5qLM