Contaminação por mercúrio do garimpo

No ano passado, pesquisa da Fiocruz já havia confirmado que o povo Munduruku no Alto e Médio Tapajós está contaminado com altos índices de mercúrio; em algumas aldeias o nível de contaminação chega a 90% da população. Nova pesquisa realizada pela UFOPA, Fiocruz e WWF e divulgada em fevereiro na revista científica International Journal of Environmental Research and Public Health mostra que até mesmo população a cerca de 300km dos garimpos ilegais do rio Tapajós, na região da cidade de Santarém, também está altamente contaminada: entre os ribeirinhos, a contaminação chega a 90%; na zona urbana já atinge 75% da população.

E de onde vem tanto mercúrio? Do garimpo ilegal no rio Tapajós. O garimpo ilegal de ouro no leito do rio é feito com dragas. Em balsas equipadas, garimpeiros ilegais remexem o fundo do rio para saquear ouro em plena luz do dia. As dragas são ilegais, o mercúrio é contrabandeado, mas nada disso é invisível: os rios são as rotas de passagem na Amazônia. Se todo mundo vê, por que a fiscalização não consegue ver?

O método é perigoso e altamente poluente. Mercúrio no ar, nas águas, na fauna e flora aquática, na alimentação, no corpo humano. O problema não é de hoje, mas agora a situação está totalmente fora de controle. Por ser altamente tóxico e causar danos irreversíveis à saúde e ao meio ambiente, a Convenção de Minamata (da qual o Brasil é signatário) limita o uso do mercúrio no mundo. Acontece que o atual governo tem ignorado tudo isso e incentivado criminosos a destruírem não só nossas florestas, como nossos rios.

Saiba mais:

PDF em inglês – Contaminação por mercúrio: uma ameaça crescente para comunidades ribeirinhas e urbanas na Amazônia brasileira – https://bit.ly/3u7KbLS
75% da população de Santarém está contaminada por mercúrio do garimpo – InfoAmazonia: https://bit.ly/3JeQuDD
Todos os indígenas de três aldeias Munduruku no Pará estão contaminados por mercúrio do garimpo – https://bit.ly/36abmgV
Metal pesado ameaça o Tapajós – https://bit.ly/3N2B7jR

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