Mais um derramamento de petróleo no Equador

Derramamento petróleo no Equador

NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE PETROLEIRAS NO EQUADOR DERRAMAM PETRÓLEO NOS RIOS QUE CORREM PARA A AMAZÔNIA. ATÉ QUANDO PERMANECERÃO IMPUNES?

JANEIRO 2022 – Desde dezembro do ano passado, a Oleoducto de Crudos Pesados|OCP sabia do risco de novo rompimento de oleoduto de petróleo no Equador com vazamento no rio Coca, que é braço do rio Napo e afluente direto do rio Amazonas. No entanto, apesar do alarme já ter sido acionado, esperaram o oleoduto estourar para suspender o bombeamento de óleo. O rompimento aconteceu na última sexta-feira, 28, e o bombeamento de óleo só foi suspenso um dia depois. A empresa não quis quantificar ainda o tamanho do vazamento, mas se sabe que este oleoduto tem capacidade para transportar 450 mil barris de petróleo por dia. Em nota, a preocupação da companhia foi informar ao mercado que está tomando medidas para evitar que a exportação seja “perturbada”.

ABRIL 2020 – Três oleodutos da EP PetroEcuador (que “entrou” no lugar da Chevron) romperam na mesma região, derramando cerca de 57 mil litros de óleo nos rios Napo e Coca. Na época, este foi o segundo maior vazamento de óleo na história do Equador. O impacto foi tremendo: 35 mil pessoas, das quais 27 mil indígenas Kichwa foram afetados diretamente, outras 85 mil pessoas sofreram impactos indiretos em três províncias amazônicas: Napo, Sucumbíos y Orellana. 

DESDE OS ANOS 90 – Por 30 anos, a Texaco-Chevron explorou o petróleo equatoriano sem dar a mínima para o impacto ambiental, despejando mais de 650 mil barris de óleo cru e outros 16 bilhões de rejeitos nos rios e no solo. Pelo menos duas mil pessoas morreram de câncer causado por toxinas e poluição do ar e da água. Foram inúmeras tentativas legais em várias jurisdições internacionais para tentar responsabilizar a petroleira pelos danos causados na Amazônia. Apesar do tribunal equatoriano ter condenado a Chevron a pagar a compensação pelos danos causados no valor de 9,5 milhões de dólares –o que significa 0,01% da receita só de 2019–, até agora a Chevron tem usado manobras para fugir dos processos.

Saiba mais:

Equador determina ações ‘urgentes’ após vazamento de petróleo na Amazônia – EM: https://bit.ly/3J1wnsd

Equador declara ‘força maior’ por risco de rompimento em rio da região amazônica – Dezembro 21: https://bit.ly/3uj2Fe7

“Derramamento de petróleo: uma tripla pandemia assola a Amazônia equatoriana” – OpenDemocracy: https://bit.ly/3zmb9kk 

Chevron vs Ecuador: international arbitration and corporate impunity – Open Democracy: https://bit.ly/375p55P

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