Em encontro de “investidores verdes” realizado em Belém na semana passada, a liderança indígena munduruku Alessandra Korap esclareceu: “Nenhum banco quer financiar ou falar qualquer coisa contra o marco temporal, mas dizem, “ah, a gente não tem culpa do que está acontecendo na Amazônia”. Mas por que eles estão financiando o agronegócio e as empresas grandes que estão nos matando? É muito fácil quando o Banco Mundial dizer que protege a Amazônia, que é tudo sustentável, mas não respeita protocolos de consulta nem direitos humanos enquanto o povo está morrendo. Agora, para piorar, chegou o crédito de carbono”.
Reportagem brilhante do jornal Outras Palavras, que cobriu os Diálogos Amazônicos, a Cúpula da Amazônia e reuniões de negócios preparatórias para a COP30 que será realizada na capital do Pará em 2025, desvenda o assédio que as comunidades tradicionais sofrem dos “cowboys do carbono”, da expansão do rentismo e da capitalização dos principais bancos na região. Esses investidores apresentam propostas ilusórias, assediam as principais lideranças, não fazem consulta prévia, livre e informada e apresentam contratos com cláusulas abusivas e ilegais.
Leia a reportagem:
“O retismo verde avança e os povos resistem” – Outras Palavras/ Rôney Rodrigues, 15/08/23: https://bit.ly/3DZIm8Y