Fitofisionomia do Cerrado

O Cerrado é um dos biomas mais degradados do Brasil e, este ano, está enfrentando sua pior seca. Para defendê-lo, é preciso conhecer sua importância estratégica para a segurança hídrica do país, sua rica biodiversidade e seu papel na regulação do clima. Caracterizado por plantas com raízes profundas que podem atingir até 15 metros de profundidade, o bioma garante a absorção de água em camadas mais baixas do solo, promovendo a infiltração da água da chuva, alimentando aquíferos e cursos d’água subterrâneos, assim como as bacias hidrográficas brasileiras.

A fitofisionomia do bioma — ou seja, a forma da vegetação típica em uma região ou local, normalmente condicionada pela altitude, tipo de solo e disponibilidade hídrica — apresenta formações campestres, savânicas e florestais.

FORMAÇÕES CAMPESTRES – ALTITUDE MAIS ALTA: Caracterizadas por diferentes tipos de vegetação rasteira, em paisagens abertas e variadas. O campo rupestre traz uma flora diversa e única, sendo encontrado em áreas de condições áridas e solo raso. O campo sujo é dominado por arbustos dispersos entre a vegetação herbácea, criando um mosaico que serve de habitat para diferentes espécies de insetos e pequenos mamíferos. O campo limpo é quase desprovido de árvores, composto majoritariamente por gramíneas e outras plantas herbáceas, sendo crucial para a alimentação de herbívoros e a preservação de ecossistemas abertos.

FORMAÇÕES SAVÂNICAS: Apresentam desde áreas densamente vegetadas até regiões mais abertas. O cerrado típico, ou cerrado sentido estrito, é caracterizado por uma vegetação arbustiva esparsa com árvores de pequeno porte, adaptadas ao fogo e à seca. O palmeiral destaca-se pela presença de palmeiras, como o buriti, que se desenvolvem em áreas mais úmidas. As veredas, por sua vez, são encontradas ao longo de cursos d’água e nascentes, criando ambientes úmidos que abrigam uma flora e fauna específicas, incluindo espécies aquáticas e semi-aquáticas. Essas formações são essenciais para a manutenção da biodiversidade e para o equilíbrio ecológico do bioma.

FORMAÇÕES FLORESTAIS: As matas ciliares são vitais para a proteção das margens dos rios, prevenindo a erosão e filtrando sedimentos. As matas de galeria, ao longo de pequenos córregos, formam corredores verdes que conectam diferentes áreas e ajudam na movimentação da fauna. As matas secas, ou cerradões, são adaptadas às condições de menor disponibilidade hídrica. Essas florestas possuem um dossel fechado e abrigam uma rica biodiversidade. Cada uma dessas formações desempenha um papel único na manutenção da saúde ecológica e da diversidade biológica do Cerrado.

Saiba mais: Fitofisionomia do Cerrado – Embrapa: https://www.embrapa.br/cerrados/colecao-entomologica/bioma-cerrado

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