As raízes das árvores absorvem a água do solo, bombeiam-na pela planta e liberam vapor d’água pelas folhas da copa, através de pequenos poros chamados estômatos, o que aumenta a umidade do ar. É como se fossem canudos gigantes que sugam a água do solo e a jogam para o céu. Para evaporar, a água precisa de calor, que é retirado do ar do ambiente, ajudando a resfriá-lo. Quando penduramos uma roupa molhada no varal acontece exatamente isso: a água evapora “roubando” o calor e deixando tudo mais fresco. Esse processo é chamado de calor latente de vaporização.
O climatologista Antonio Donato Nobre explica: “São necessárias 100 calorias para aquecer 1 grama de água de 0 a 100 graus Celsius, mas cinco vezes mais energia é necessária para transformá-la em vapor, o que absorve eficientemente o calor do ambiente, resfriando-o.”
Dez anos atrás, Nobre publicou o estudo “O Futuro Climático da Amazônia”, pelo INPE, revelando que a Amazônia transpirava 20 bilhões de toneladas de água por dia — o suficiente para encher 8 milhões de piscinas olímpicas! 90% dessa água chega à atmosfera pela transpiração das árvores, e apenas 10% pela evaporação de rios e lagos.
Nobre também destacou que a floresta em pé funciona como um superpotente ar-condicionado natural, que não gasta energia elétrica. Com 400 bilhões de árvores, a Amazônia pode resfriar o planeta inteiro várias vezes, influenciando o clima local e global, garantindo o equilíbrio climático necessário para sustentar a vida no planeta.
Saiba mais:
“O Futuro Climático da Amazônia – Relatório de Avaliação Científica, INPE”, Antonio Donato Nobre, INPE, 2014: https://shorturl.at/tyuXw
Biotic Pump Greening Group: https://www.thebioticpump.com/