
A Bacia Platina (ou do Rio do Prata) é a segunda maior do Brasil e tem um papel fundamental na história, no meio ambiente e na economia do país. Ela ocupa mais de 3 milhões de km², cobrindo quase metade da região centro-sul do Brasil, e inclui as bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai. No entanto, o agronegócio, multinacionais de diversos setores e uma oligarquia financeira, que exploram os recursos naturais como se estivessem acima da lei, têm degradado essa região de forma descontrolada. O desmatamento, a poluição e o uso irresponsável da água estão colocando em risco a vida dos rios e das populações que dependem deles. Para piorar, as mudanças climáticas estão alterando o regime das chuvas e tornando eventos extremos, como secas e enchentes, cada vez mais frequentes, agravando ainda mais essa crise.
A bacia do Paraná drena São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal. É na fronteira com o Paraguai que fica a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a terceira maior do mundo em capacidade instalada. Apesar de tanta água, a bacia enfrenta crises hídricas recorrentes. Nos últimos 10 anos, já foram três crises severas, evidenciando a falta de gestão sustentável e a vulnerabilidade do sistema. Além disso, a Bacia do Paraná é a mais poluída do país, impactada pelo despejo de esgoto e resíduos industriais. Ou seja, tudo isso compromete a disponibilidade e também a qualidade da água, além de afetar gravemente a biodiversidade da região.
A bacia do Paraguai é dividida entre Pantanal e Planalto, na região Centro-Oeste, abrangendo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nos últimos anos, a combinação do desmatamento e da redução das chuvas tem levado a uma crise hídrica severa. Em maio de 2024, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica, devido aos níveis historicamente baixos do Rio Paraguai, afetando intensamente o Pantanal.
A bacia do rio Uruguai define a divisa entre Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Brasil-Argentina e Argentina-Uruguai. Lá também, o desmatamento intenso e a retirada das matas ciliares, somados aos desafios que chegam com as mudanças climáticas, têm provocado a alternância de eventos extremos, como enchentes e secas. Nos últimos meses, o Rio Grande do Sul tem registrado ondas de calor recordes, agravando ainda mais a crise hídrica.
Saiba mais:
Bacia Platina – Brasil Escola: https://bit.ly/39pGV7U
Bacias hidrográficas brasileiras – Brasil Escola: https://bit.ly/3vl5utp
Terceira crise na Bacia do Rio Paraná em menos de 10 anos: continuará tudo como sempre? ECOA, 2024: https://ecoa.org.br/terceira-crise-na-bacia-do-rio-parana-em-menos-de-10-anos-continuara-tudo-como-sempre/
Bacia do Paraná é a mais poluída do país. Gazeta do Povo, 2016: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/bacia-do-parana-e-a-mais-poluida-do-pais-2jmn8u2hzehed0g74yu4xy2q6/
Bacia do Paraguai tem escassez hídrica declarada até outubro. Agência Brasil, 2024: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-05/bacia-do-paraguai-tem-escassez-hidrica-declarada-ate-outubro
Brazil records historic heatwave in Rio Grande do Sul. The Guardian, 2025. https://www.theguardian.com/world/2025/feb/12/brazil-record-heat-rio-grande-do-sul
Pereira, Vânia & Rodriguez, Daniel. (2022). Vulnerabilidades da segurança hídrica no Brasil frente às mudanças climáticas. Derbyana. 43. e777. 10.14295/derb.v43.777 https://www.researchgate.net/publication/366870777_Vulnerabilidades_da_seguranca_hidrica_no_Brasil_frente_as_mudancas_climaticas