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Antonio Nobre conta sobre sua transformação como cientista a partir do contato mais profundo com a sabedoria indígena: “Foi um exercício que me abriu um campo de progressão. Inclusive, algo que mudou minha carreira de cientista. Fiz uma autocrítica e comecei a olhar aquela sabedoria indígena. Uma sabedoria sintética, que é transmitida por fábula, que encanta através da sua poesia porque não é só um saber frio, um saber calculista, é um saber eivado das energias da natureza, eivado da espiritualidade que existe na natureza que eles veem e reverenciam.
A partir desse momento de reconhecimento da beleza e do poder da simplicidade do conhecimento indígena, eu comecei a reavaliar o meu conhecimento científico e perceber também que a sabedoria não é restrita ao intelecto. A sabedoria é uma propriedade do universo. Quando nós começamos a olhar para a sabedoria do universo sem colocar o ego na frente –como seres contempladores ou contemplativos– percebemos a grandiosidade desse saber que já existe na natureza.
Como a vida na Terra está sob ataque intenso e destrutivo, é normal esperar a crise climática que vivemos. Se você pegar um ser humano e começar a atacar os fígados, os rins, o coração, chega uma hora que o corpo vai cair enfermo e, depois, morto.
A humanidade ficou perdida na sua própria ilusão de grandeza. Temos a oportunidade de aprender a lição que os povos indígenas há 500 anos e os cientistas há 30 vem berrando e dizendo: esta forma de existir na Terra é enferma. Se você destrói o que te mantém vivo, você morre.
Nós precisamos fazer um trabalho enorme de reparação.”
Leia entrevista completa aqui:
Antonio Nobre: O planeta está enfermo – é preciso ‘reajardiná-lo'” – National Geographic: http://bit.ly/3kimbjB